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LPs do Pink Floyd: saiba quais os melhores para ter na coleção!

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Não há como negar que o Pink Floyd é uma das bandas mais influentes de todos os tempos. Com mais de 30 anos de carreira, passaram por fases completamente diferentes e lançaram trabalhos icônicos que marcaram a história da música.

Entretanto, com 15 álbuns de estúdio e diversas coletâneas e registros ao vivo  lançados, às vezes é difícil saber qual LP do Pink Floyd comprar para ter sempre à mão. 

Pensando nisso, listamos sete discos essenciais do Pink Floyd que devem estar na sua coleção. Confira com a gente!

1. The Piper At The Gates of Dawn (1967)

O Pink Floyd surgiu em meados de 1964 em Londres, quando três alunos do curso de Arquitetura da Universidade de Westminster, Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright, conheceram o criativo e carismático Syd Barrett. O trio de colegas, que já tocavam juntos, convidou o novo amigo para se juntar a eles, fechando a primeira formação da banda.

Em pouco tempo, eles desenvolveram uma sonoridade muito particular, psicodélica e diferente de outros conjuntos da época. As apresentações também se destacavam graças às jam sessions que se estendiam por horas e projeções de luzes e imagens de fundo.

Logo, chamaram a atenção da EMI, que assinou com a banda para o lançamento  de dois singles (“Arnold Layne” e “See Emily Play”), e em seguida, de seu primeiro disco de estúdio, que viria a ser The Piper At The Gates Of Dawn.

Lançado em 1967, é um resumo perfeito dessa primeira fase do Pink Floyd. Os riffs de guitarra de Syd são em grande parte inspirados no blues, e intercalados a escalas e acordes dissonantes, como ocorre em canções como “Interstellar Overdrive” e “Astronomy Domine”.

O teclado de Richard Wright (que era o único da banda que teve uma educação musical formal) é o que dá o corpo à toda sonoridade, alternando entre solos de órgão e bases que sustentam o restante dos instrumentos. Tudo isso é intercalado ao frenesi da cozinha, com Nick Mason na bateria e Roger Waters no baixo.

As letras do disco também são uma característica muito peculiar. Compostas em sua maioria pelo guitarrista e vocalista Syd Barrett, tratam muitas vezes de temas corriqueiros e até infantis (gatos, gnomos, bicicletas, reis e rainhas). 

Muitas vezes, eram inspirados por fábulas e contos, como inclusive o próprio nome do disco, retirado do livro O Vento nos Salgueiros. Até por essa razão, o compositor usava métricas diferentes, retiradas de poemas.

Se você gosta de bandas psicodélicas dos anos 60, como Jefferson Airplane, The Doors e Os Mutantes, ou até de fenômenos recentes, como Tame Impala, Unknown Mortal Orchestra e Boogarins, esse disco é uma pedra fundamental para entender esse tipo de sonoridade.

Infelizmente, após o lançamento do álbum, Syd Barrett acabou desenvolvendo um tipo de esquizofrenia, graças ao abuso do uso de drogas, e teve que deixar a banda. 

Curiosidade: o The Piper At The Gates of Dawn foi gravado entre fevereiro e maio de 1967 nos estúdios Abbey Road, em Londres. Eles dividiam a construção com os Beatles, que gravaram o Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band no mesmo período, na sala ao lado.

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2. Meddle (1971)

Após a saída de Barrett, muita coisa aconteceu com o Pink Floyd. O substituto escolhido foi David Gilmour, um amigo de infância do antigo guitarrista e que tinha um jeito de cantar e tocar completamente diferente – o que, evidentemente, acabou tendo um grande impacto na banda.

Entre 1968 e 1970, lançaram quatro álbuns que tentavam encontrar qual seria essa nova sonoridade. Todos os trabalhos têm boas ideias e acabaram partindo para um rumo mais experimental, com boas doses de rock progressivo.

Foi em 1971, com o lançamento de Meddle, que o Pink Floyd cravou um tipo de som pelo qual seria conhecido por toda a sua história. Gilmour já está bem mais à vontade, e doa tanto sua voz quanto os timbres marcantes de sua Fender Stratocaster.

Os sintetizadores também ocupam espaço em definitivo no álbum, marcando presença em quase todas as faixas. Quando combinados a reverbs e efeitos de guitarra, dão um ar espacial e lembram sons cósmicos de trilhas de ficção científica.

A banda se aventura no hard rock (“One of These Days”), folk (“A Pillow of Winds” e “Fearless”), jazz rock (“San Tropez”) e blues (“Seamus”), porém sem seguir fórmulas prontas e imprimindo seu DNA.

Por fim, é impossível falar do Meddle sem mencionar “Echoes”, uma das obras-primas do Pink Floyd. A canção de 23 minutos (!) é a maior da história da banda e ocupa todo o lado B do disco. 

A canção alterna entre diferentes tipos de climas, estruturas, escalas e tonalidades, com momentos instrumentais de destaque de cada um dos membros e melodias vocais impressionantes. 

A letra, por sua vez, utiliza-se de elementos da natureza para desvendar o processo de contemplação e as relações humanas – além de conter referências aos Beatles e ao poeta Samuel Taylor.

A música é coroada com passagens experimentais, como sintetizadores imitando submarinos, barulhos de vento, baleias e corvos, improvisos e, é claro, o glorioso solo de guitarra de David Gilmour.

Foi nesse LP que o Pink Floyd definiu a sonoridade de uma de suas grandes fases e abriu as portas para aquele que seria seu trabalho mais icônico – conforme contaremos a seguir!

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3. The Dark Side Of The Moon (1973)

The Dark Side Of The Moon é um dos marcos definitivos da música no século 20. Basta observar seus números: até dezembro de 2020 (data em que este post é publicado), passou 951 semanas entre os 200 discos mais vendidos da Billboard e já vendeu mais de 45 milhões de cópias certificadas (duas delas estão aqui em casa, uma em LP e outra em CD).

Mas a que se deve esse fenômeno? Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que a banda jamais se rendeu aos modismos e optou por investir em sua própria sonoridade e estilo. Isso trouxe ao disco um aspecto muito verdadeiro.

Ao mesmo tempo, aliaram-se ao engenheiro de som Alan Parsons, que, com apenas 23 anos, trabalhou arduamente para que cada um dos elementos que o Pink Floyd gravasse soasse da melhor forma possível na versão final.

Para se ter uma ideia da influência de Parsons, as introduções de “Time” e “Money” foram gravadas durante diversas sessões, e em seguida, as fitas foram recortadas e coladas à mão, até que todos estivessem satisfeitos. Já os solos de Gilmour foram gravados com o amplificador ligado a um volume estrondoso e microfonados à distância, conseguindo um reverb natural incrível. 

Roger Waters, que comandava criativamente o grupo na época, também teve um papel fundamental para o sucesso de The Dark Side Of The Moon. Como letrista, ele focou em temas triviais (dinheiro, tempo, vida, trabalho, consumismo), que se relacionassem diretamente com o público.

Além disso, o baixista estava atento à crescente ascensão de sua banda, e fez questão que o disco soasse palatável para o público, e ao mesmo tempo, muito autoral. Ao ouvi-lo, é possível perceber como as faixas se encaixam bem umas às outras, quase como se fossem uma só – e ainda assim, funcionam bem separadamente. 

No que se refere a performances individuais dos demais integrantes, Richard Wright brilha com seus teclados em diversas faixas, como “Us and Them” e “Any Colour You Like”, e Nick Mason tira um som incrível de tom-tons em “Great Gig in the Sky”, acompanhado do solo vocal da cantora Clare Torry.

Entre as faixas, ainda é possível encontrar experimentações com sintetizadores VCS 3, solos do saxofonista Dick Parry e frases enigmáticas ditas em momentos aleatórios do disco.

The Dark Side of The Moon é, sem sombra de dúvida, o disco para ouvir e entender o Pink Floyd. Tudo que a banda fez em outros momentos da carreira, de certa forma, ou culminou nesse trabalho, ou se originou dele. Deve estar na sua coleção, e se possível, na sua cabeceira!

Curiosidade: a icônica capa foi proposta por Storm Thorgerson, designer da agência Hipgnosis, que ao todo, concebeu a parte gráfica de 21 dos projetos da banda.

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4. Wish You Were Here (1975)

Com The Dark Side…, foi impossível parar o Pink Floyd. O disco entrou nas rapidamente paradas de sucesso e proporcionou uma turnê com mais de 130 shows e diversas datas na Europa, Japão e América do Norte.

E por incrível que pareça, todos esses holofotes surtiram um efeito negativo na banda. Os integrantes não conseguiam se adaptar bem aos shows em grandes estádios e sentiam sua arte desvalorizada pelo público.

Foi desse cenário de desconforto que surgiu Wish You Were Here. Lançado em 1975, ele presta homenagens a Syd Barrett, antigo líder criativo do Pink Floyd, que enfrentava problemas de saúde graças ao uso abusivo de drogas. 

Em “Shine On You Crazy Diamond, Pts 1-5”, Roger canta “Lembra-se de quando você era jovem? Você brilhava como o Sol”, em referência à primeira fase da banda. A letra é embalada pelos reverberantes solos de guitarra de David Gilmour, bem como os riffs de teclado de Richard Wright.

A linda e emocionante faixa homônima “Wish You Were Here”, que se tornou uma das baladas definitivas do rock, também é uma homenagem a Syd, e explora os problemas de saúde mental e o sentimento de alienação com relação às pessoas.

A outra temática encontrada no disco é a crítica à indústria musical. A gravadora tinha total desinteresse pela música do Pink Floyd, e ainda assim os pressionava para que repetissem o sucesso do disco anterior, gerando muito desconforto entre os integrantes.

Quanto a isso, Waters escreveu a célebre frase de “Have a Cigar”: “Aliás, qual de vocês é o Pink?”, simulando um diálogo com executivos de gravadora, que se mostravam completamente desconexos da realidade da banda.

A faixa “Welcome to The Machine” tem o mesmo alvo  – porém, quem rouba a cena é Richard Wright, que usa seus teclados e sintetizadores para preencher a música com texturas. 

O disco termina com “Shine On You Crazy Diamond, Pts 6-9”, que começa mais pesada e energética, passa por uma parte funkeada e termina mais lenta e espacial, fechando o disco com chave de ouro.

Em linhas gerais, Wish You Were Here é um retrato sobre uma banda descontente, nadando na contramão para manter-se fiel a seu estilo e sonoridade. 

Curiosidade: a capa não é uma montagem. Sim, aquele cara estava realmente pegando fogo.

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5. The Wall (1979)

Muitos dos discos do Pink Floyd são baseados em uma temática central. Entretanto, foi em The Wall que a banda conseguiu montar sua própria ópera-rock e elevar os conceitos ao extremo.

A narrativa, idealizada por Roger Waters, acompanha a história do personagem Pink, um ex-rockstar deprimido que resolve se isolar do restante do mundo, e para isso, cria um muro imaginário à sua volta. 

Enquanto permanece só, ele repensa sobre as principais instituições de sua vida, como a superproteção de sua mãe, a morte precoce do pai durante a Segunda Guerra Mundial, os professores de infância abusivos, o casamento infeliz, os casos extraconjugais e seu comportamento agressivo.

Disposto a acabar com o sofrimento, ele se droga até ter uma overdose, o que o leva a ter alucinações e se enxergar como um líder fascista, livre de qualquer empatia e determinado a exterminar as minorias do mundo. 

Ao acordar da overdose, ele começa a recobrar os sentimentos humanos e percebe seus erros e motivações equivocadas. Ainda entorpecido, ele se vê em um julgamento, em que as instituições das quais se isolou anteriormente aparecem para testemunhar, seja contra ou a favor. 

Após o julgamento, a sentença decretada é que Pink terá que derrubar o muro que o cerca e lidar novamente com o mundo à sua volta. 

Evidentemente, essa é mais uma analogia com o sentimento de alienação que o Pink Floyd sentia com relação ao público, à mídia e à indústria musical. Ao mesmo tempo, Roger Waters trata de vivências pessoais (como a história de seu pai, que realmente morreu na Guerra), passando por uma jornada de autocrítica e autoconhecimento.

A narrativa funciona, mas e quanto às músicas? Por ser um disco duplo, a banda consegue explorar inúmeros estilos, como hard rock de “In The Flesh?”, o blues rock de “Young Lust”, o folk de “Mother” e o art rock de “Is There Anybody Out There?”.

Entre as faixas mais notáveis, podemos citar a psicodélica “Comfortably Numb”, cuja letra compara o uso de drogas à sensação de estar doente. Wright traz toda a ambiência à canção, enquanto Gilmour faz dois dos melhores solos de toda a sua carreira.

A canção do julgamento (“The Trial”), que encaminha o álbum para o fim, é uma peça muito bem elaborada, digna de um musical da Broadway. Waters empresta sua voz a seis personagens, e uma instrumentação orquestral que simula os diferentes climas e momentos do júri.

Por fim, não podemos deixar de mencionar o grande hit “Another Brick in The Wall, pt. 2”, que critica o sistema educacional inglês e conta com a icônica guitarra de Gilmour.

O sucesso do álbum deu origem a uma tour megalomaníaca com marionetes, trocas de cenários e figurinos, além da construção de um muro entre a banda e a plateia. O cansaço desses grandes shows, aliado aos desgastes entre Waters e os demais integrantes, culminou em sua saída em 1983.

Para quem gosta de obras conceituais, o The Wall é um prato cheio. É repleto de músicas de altíssima qualidade, além de ter uma narrativa cativante, que explorava dramas vividos por muitos jovens da época.

Curiosidade: a faixa Vera”, de pouco mais de um minuto, faz menção à canção “We’ll Meet Again”, de Vera Lynn, que era cantada pelos soldados britânicos durante a Segunda Guerra, reforçando a esperança de que voltariam sãos e salvos para suas casas.

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6. Pulse (1995)

Até meados dos anos 90, o Pink Floyd tinha dois registros ao vivo: o experimental Ummagumma, gravado logo após a saída de Syd Barrett, e Delicate Sound of Thunder, que sucedeu a saída de Roger Waters. Nenhum dos dois era um retrato significativo do que a banda realmente foi ao vivo. 

Foi em 1995 que o Pink Floyd lançou Pulse, sua obra definitiva ao vivo. Já recuperados da saída de seu antigo líder criativo, o trio de integrantes remanescentes havia lançado um ano antes o álbum de estúdio The Division Bell e decidiu fazer um grande registro dessa turnê.

O resultado foi um LP quádruplo com cerca de duas horas e meia de duração. No setlist, há faixas de todas as fases da banda desde o primeiro álbum, incluindo o The Dark Side Of The Moon na íntegra.

Já com Gilmour como homem de frente, é preciso ressaltar os momentos em que o guitarrista brilha no show, como em Comfortably Numb” e na versão de Shine On You Crazy Diamond (Parts 1-5 & 7)”.

Pulse compila o melhor da banda, e apesar de não ter a participação de Waters, os outros três integrantes compensam essa falta com performances inacreditáveis.

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7. The Best Of Pink Floyd: A Foot In The Door (1994)

Como sempre, não podemos fechar nossa lista sem uma boa coletânea. Afinal, o Pink Floyd teve cerca de 30 anos de histórias, e nada melhor que reunir as faixas mais icônicas desse período em um mesmo box.

The Best Of Pink Floyd: A Foot In The Door é uma coletânea dupla, com 16 faixas icônicas da carreira da banda para você ouvir de uma vez só, quando quiser.

O destaque vai para “See Emily Play”, que nunca saiu em nenhum álbum da banda, apenas como single ou em coletâneas. Trata-se de uma canção psicodélica e bem-humorada da fase de Barrett. 

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Além desses que citamos, há muitos outros LPs do Pink Floyd icônicos, como o Animals e o The Division Bell. Eu mesmo gosto muito do A Saucerful of Secrets, um patinho feio na discografia da banda, mas que tem faixas muitíssimo interessantes. Porém, nessa lista, podemos garantir que você vai encontrar o essencial quanto à sonoridade pela qual eles ficaram conhecidos durante sua história.
Conte pra gente nos comentários qual seu disco favorito do Pink Floyd! Se você gostou desse post, não se esqueça de conhecer nossos conteúdos sobre Queen, Led Zeppelin e Beatles.

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