Infelizmente, é bastante comum que estereótipos e preconceitos rondem a visão que nós, ocidentais, temos da cultura oriental. Por sorte, hoje em dia temos acesso fácil a filmes, séries e livros que nos ajudam a vencer obstáculos de língua e ampliar nossos horizontes com a diversidade de tradições, evitando assim, a repetição de frases e pensamentos que diminuem e rebaixam aquele que é diferente.
Pensando nisso, preparamos uma lista com 5 autoras orientais para que você conheça um pouco mais sobre esses povos. Vamos lá?
Sobre literatura oriental
Responsável por uma das literaturas mais antigas do mundo, com quase dois mil anos de existência, o oriente é dividido entre a Ásia Central, Extremo Oriente, Oriente Médio, Ásia Setentrional e Meridional. Por isso, ao contrário do que muita gente pensa, ela abrange muito mais do que o Japão e a China, sendo composta por outras civilizações como os árabes, judeus e os indianos.
Dentre as suas características, podemos citar a forte influência da transmissão oral, a forte aparição da poesia, os traços religiosos e o caráter politeísta, além de temas como a solidão e o silêncio.
Quando falamos sobre escritores orientais, é importante dizer que, mesmo com uma maior procura por suas obras, ainda é muito comum que grandes nomes e títulos ainda não tenham ganhado uma tradução para o português.
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Por isso, é fundamental que as editoras, canais, perfis e iniciativas que destaquem esses livros sejam cada vez mais difundidos e celebrados. Dentre eles, destacamos o clube de leitura Livros & Lamen, que tem como objetivo a análise e debate de obras da literatura oriental (especialmente a japonesa) e a editora Estação Liberdade, que promove a bibliodiversidade em ficção e não ficção com traduções direto do original que não buscam ocidentalizar narrativas e personagens.
Autoras que você precisa conhecer
Para te ajudar a sair do óbvio na hora de escolher sua próxima leitura, conheça agora cinco ótimos nomes para conhecer um pouco mais da cultura oriental.
1. Han Kang
Autora sul-coreana que tem conquistado leitores ao redor do globo e prêmios como o Man Booker Prize, as obras de Han Kang tratam das complexidades do ser humano, incluindo as piores coisas que somos capazes de fazer aos nossos iguais.
Professora de escrita criativa na Universidade de Seul, duas de suas obras possuem tradução para o português, ambas publicadas pela Editora Todavia. A Vegetariana, que lhe rendeu fama mundial, é descrito como um livro sobre rebelião, tabu, violência e erotismo. Já Atos humanos, seu mais recente lançamento, é apontado como uma ficção poética e violenta de um episódio real da história da Coreia do Sul.
2. Sayaka Murata
Original da província de Chiba, próxima a Tóquio, Sayaka Murata é uma premiada escritora japonesa que costuma abordar em suas obras, o trabalho, a sexualidade e as relações de gênero na cultura de seu país.
Assim como Han Kang, possui dois livros com tradução disponível para brasileiros. O primeiro é o best-seller internacional Querida Konbini, um romance incômodo que segue a vida de Keiko e questiona os moldes determinados pela sociedade.
Já Terráqueos traz questionamentos sobre o conceito de normalidade, escancarando o poder dos mecanismos de fuga desenvolvidos por uma criança que precisa, apesar de tudo, sobreviver.
3. Xinran
Original de Pequim, Xinran foi apresentadora de um programa de rádio que debatia o cotidiano e a história de vida de milhares de ouvintes. Em 1997 muda-se para Londres, onde passa a compilar entrevistas que fez com mulheres chinesas.
Essa miscelânea de narrativas forma As Boas Mulheres da China, seu livro mais famoso, onde predominam memórias de humilhação, preconceito e abandono. Além dele, possui outros seis livros traduzidos para o português, todos publicados pela Companhia das Letras.
4. Arundhati Roy
Ativista antiglobalização, roteirista e escritora indiana, Arundhati Roy foi a primeira mulher de seu país a ganhar o Man Booker Prize, cujo prêmio foi doado a movimentos sociais.
O deus das pequenas coisas, seu livro de estreia e obra de maior sucesso, segue Estha e Rhael, gêmeos biovulares que se separam em determinado momento da vida e precisam lidar com as mudanças e angústias da vida. Além dele, brasileiros podem ter acesso ao livro O ministério da felicidade absoluta, que é descrito como uma história de amor, destruição e protesto.
5. Nawal El Saadawi
Psiquiatra, militante feminista e escritora egípcia, Nawal El Saadawi é considerada pioneira por pensar e escrever sobre a situação da mulher no islã. Mutilação feminina e outras práticas culturais consideradas opressivas são algumas das temáticas de seus livros e, exatamente por isso, foi considerada perigosa pelo governo de seu país, acabando presa em 1981. Nawal faleceu aos 89 anos em março de 2021.
Seu único livro publicado no Brasil, A Mulher com Olhos de Fogo: o Despertar Feminista é uma ficção baseada no relato real de uma mulher que aguarda sua execução em uma prisão no Egito.
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