Já dizia o grande Criolo, “a arte liberta, e esse é o meu desejo” e, durante este período de pandemia, não poderia concordar mais! Ficar em casa por tanto tempo e em meio a tanto caos fez com que muitas pessoas buscassem por um escape, e o meu tem sido o papercutting (ou papercut).
O papercutting é uma arte tradicional em papel, feita com cortes e, apesar de não sabermos ao certo a origem, acredita-se que ela veio da China, onde foi encontrado um trabalho em papel do século XV.
O melhor de tudo é que você não precisa de muitas coisas para entrar nesse universo, já que, basicamente, a arte consiste em fazer cortes no papel, formando desenhos, padrões, texturas e sensações incríveis.
Quer saber mais? Continue a leitura e confira este guia para iniciantes e curiosos por papercutting!
Papercutting: a história
Como eu disse no pequeno spoiler da introdução, o papercutting é uma arte bem antiga, provavelmente vinda da China. Por lá, esse trabalho se chama jian zhi, o mesmo que papercutting (traduzido literalmente do inglês, “cortando papel”).
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Um fato curioso sobre a técnica chinesa é que acredita-se que esta é uma arte feita por mulheres inteligentes e delicadas e, portanto, ela é utilizada como um padrão para identificar essas características. Aliás, existe a probabilidade da arte ter sido criada por uma mulher.
O jian zhi tem como inspirações figuras do dia a dia, como flores e animais, feitos na cor vermelha, sobretudo em épocas de festividade como símbolo de fartura, fertilidade e abundância.
Em seguida, você pode conferir um pouco mais sobre a história da técnica. Entretanto, o conteúdo se encontra em inglês mas pode ser interessante visualizar a arte chinesa.
O papercutting atravessou muitas fronteiras e tornou-se uma arte também muito característica de outros países, como o México, que utiliza a técnica papel picado sobretudo em bandeirolas para enfeitar o Dia de Los Muertos.
No México, a arte se expande para papéis de cores vivas, com temáticas mais mórbidas, como as famosas caveiras tão características da região.
O artesanato também passou a ser uma tradição familiar no país, que passa de pais para filhos, tornando o México consagrado na técnica papel picado.
#DicaCertificada: você pode conhecer um pouco mais das artes e costumes do Dia de Los Muertos no filme Viva — a vida é uma festa, da Pixar! Eu juro que é difícil não se apaixonar pelo universo.
Além da China e América Central, o papercutting faz parte da cultura alemã e austríaca, por meio da técnica scherenschnitte, (tradução: “cortes de tesoura”).
Assim como na China, a técnica europeia também se inspira em elementos naturais, mas com um toque mais romântico, por meio de imagens espelhadas e nas cores branco e preto.
Ainda na Europa temos a técnica Wycinanki, dos países Polônia, Ucrânia e Bielorrússia.
Esses trabalhos tão delicados e alegres eram utilizados para decorar casas, janelas, calendários e, até mesmo, ofertados como presentes — eu achei uma ótima ideia!
Os padrões utilizados nessas obras de papercutting eram os galos, pavões (e outras aves), flores e pessoas.
No Brasil, temos o prazer de ter uma artista paranaense, Emília Piaskowski, de origem polonesa, e que dá continuidade a essa técnica!
Apesar de ser uma arte tão tradicional, até hoje existem inúmeros artistas que atuam com essa arte, em uma versão mais moderna e com temáticas que pertencem ao nosso cotidiano.
Uma delas é Ariádine e o papel, que oferece um curso gratuito em seu canal de YouTube! Aliás, eu tive em contato com a técnica graças a um workshop oferecido por ela em minha cidade, antes da pandemia.
E agora que a gente já sabe um pouquinho da história do papercutting, chegou a hora de dar uma olhadinha em quais materiais são necessários para explorar esse universo para lá de encantador!
Materiais para papercutting
Uma das melhores coisas sobre essa técnica é que ela não requer quase nada de materiais. Aliás, é bem possível que alguns deles você já tenha em sua casa, como folhas de sulfite e tesoura.
Entretanto, para ir além e poder criar artes mais detalhadas, é interessante investir um pouco mais e ter o seu material básico de papercutting.
Estilete
Para começar a estudar a técnica, você pode recorrer a um estilete. É um material bem mais simples e, por isso, vale a pena adquirir um para praticar os movimentos de corte.
Por ter uma lâmina mais resistente, essa foi a ferramenta que eu escolhi para começar a estudar e, para um nível superiniciante, o estilete é uma mão na roda.
Outra vantagem de começar com um estilete é que eles são mais acessíveis e, portanto, se você ainda está incerto se irá gostar ou tem pouco dinheiro para investir nos materiais, fica a dica!
- Corpo injetado
- Lâmina em aço especial temperado
- Dispositivo para travar a lâmina
Caneta de precisão da Toke e Crie
Se você já tem alguma familiaridade com materiais de artesanato, provavelmente já ouviu falar da marca Toke e Crie, famosa pelos produtos para trabalhos em papel.
E, obviamente, a marca não poderia deixar de ter a sua caneta de precisão. Esse instrumento é bem semelhante a um bisturi, mas com formato mais anatômico, confortável e, em alguns casos, com a opção de trocar a lâmina.
A vantagem de ter a caneta de precisão é, justamente, poder fazer cortes com mais conforto e facilidade. Portanto, se preferir esse produto ao estilete, também é uma ótima ideia!
O modelo da Toke e Crie traz uma parte emborrachada, para manter o instrumento confortável para os dedos e tampa para proteger a lâmina.
Vale ressaltar que existe um enorme número de canetas de precisão no mercado, de marcas e corpos diferentes. A dica é experimentá-las com o tempo, conforme for ganhando gosto e mais prática.
- Útil
- Marca: Toke e crie
- Material escolar e escritório
Base de corte
Trabalhos manuais que são feitos com lâminas e papéis necessitam de uma base de corte. Caso contrário, você irá estragar a sua caneta de precisão ou estilete, assim como a mesa onde irá fazer a arte.
A base de corte, além de proteger a sua mesa, é ótima para fazer medidas no papel e marcações. Portanto, você poderá utilizá-la para outros fins.
O modelo escolhido para esta lista é feito em PVC, tem dupla face, e tamanho de 60cm por 45cm. Um tamanho confortável para quem quer trabalhar em um espaço menor.
- Base de corte verde dupla face: Esta base de corte possui duas faces, sendo verde em uma e branca em outra, oferecendo versatilidade para...
- Tamanho: Com dimensões de 60x45 centímetros, fornece uma área de trabalho ampla e espaçosa para cortar tecidos, papel, cartão e outros...
- Durável: Fabricada com materiais de alta qualidade, a base de corte é durável e resistente, proporcionando uma superfície de corte...
Tesoura
As tesouras são ferramentas clássicas dessa técnica e, claro, não podem ficar de fora. Provavelmente você já tenha uma em casa mas, caso ela seja pequena e de pontas arredondadas, é interessante trocar por um modelo maior e de pontas mais finas.
A tesoura pode ser usada de diversas formas, inclusive, é ótima para técnicas espelhadas, como as mandalas e flocos de neve.
- Tesoura Multiuso
- 21, 5 cm
- Cabo plástico
Aproveito para indicar um vídeo curto e muito lúdico da técnica polonesa pelo canal Nationality Rooms Program, que ensina a fazer um floco de neve com técnica espelhada e tesoura. Apesar de estar escrito em línguas estrangeiras, tenho a certeza que irá entender com facilidade.
Papel colorido de 120g/m²
O papel colorido não poderia ficar fora da nossa lista, afinal, ele está presente em, praticamente, todas as técnicas.
O ideal é que ele tenha uma gramatura média, ou seja, um papel que não seja considerado grosso demais ou muito fino.
O papercutting, por ser uma técnica muito delicada, requer que o papel tenha a consistência ideal para que seja fácil de cortar e, ao mesmo tempo, não rasgue com facilidade na hora de fazer detalhes.
- Gramatura: 120g/m²
- Atóxico. Possui tratamento contra fungos e bactérias
- Com 8 cores sortidas. Não solta tinta
O bloco da Canson tem gramatura interessante para esse trabalho, além de trazer oito cores sortidas para você explorar bastante. Aliás, dá para fazer trabalhos de papercutting com sobreposição de cores!
Lápis e borracha
Por último, não poderíamos deixar de mencionar o lápis e a borracha, essenciais para fazer as marcações dos seus desenhos.
A dica é optar por grafites de lápis mais suaves, para que você possa desenhar sem que fique muito escuro ou difícil de apagar.
A borracha também deve ter qualidade, para apagar de forma macia o papel, sem estragar ou deixar manchas.
O kit de lápis da Faber Castell é uma ótima dica e oferece diferentes maciez de grafites.
Como disse, alguns produtos desse você já deve ter em casa, mas é sempre interessante comprar materiais de qualidade e que se adequem bem à sua técnica.
E lembre-se, eles devem ser bons o suficiente, especialmente as lâminas, já que elas serão desgastadas constantemente e serão utilizadas com bastante frequência, especialmente nessa fase de estudo.
Então, que tal começar a praticar? Me conte nos comentários o que achou das dicas!
Atualizado em 2024-11-21 / Links afiliados (Affiliate links) / Imagens de Amazon Product Advertising API